De tanto Amar
Oriza Martins
Deixei de ouvir os sons do arrebol, E o aroma das flores de apreciar, De curtir áureos tons do pôr-do-sol, Deixei. Por ti deixei... de tanto amar. Olvidei de tanta crença, sonhos tantos, Que me afastei de muita paixão antiga: Leituras, preces, meditação, seus encantos, Além da poesia – companheira e sempre amiga... E se, de tanto amar, a tanto renunciei, Quero crer que posso hoje, sem amarras, comentar O sonho equivocado de que enfim eu despertei, Sufocante, egoísta e sedutor... de tanto amar. |
Mas, no ciclo das paixões a mover-se novamente, É inútil prevenir-me desta vã constatação: Que razão e emoção são um misto incoerente, Traduzido em amor... desvario... excitação... Pois agora a consciência, prudentemente, me diz O mesmo que o coração insiste em me revelar: Que de novo livre estou, pra ser ou não-ser feliz, Ou, para mais uma vez, me esvair... de tanto amar. Oriza/2005 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.