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terça-feira, 5 de outubro de 2010

HOJE


HOJE


Hoje estou desatando da memória às imagens de amor. As minhas, as nossas imagens de amor, porque as coisas são como são:no momento em 
que escrevo e no momento em que você lê, abrimos esses arquivos de imagens geradas a partir do amor, que são - vamos admití-lo antes que seja tarde, - os nossos arquivos prediletos.

 
Tudo o que realmente nos interessa está arquivado ali. Na câmara escura das nossas recordações. Imagens que vamos recolhendo vida afora. Elas têm nome e uma história para contar, cada uma delas.

E nostalgia, nada mais é do que a saudade da emoção vivida, num determinado momento que passou veloz. Emoções e emoções e ainda tanta emoção a ser vivida! Muito além dos indivíduos, além das particularidades. E todas essas químicas se processando no nosso corpo, pois há quem diga que amor nada mais é do que uma sensação provocada, para evitar a loucura da espécie e perpetuar o predador.

Uma ilusão passageira, uma descarga de substâncias certas no sistema.

Lubrificação, cuidados com a máquina. Seja lá o que for, andei tomando resoluções práticas para a existência. Porque nunca mais nessa vida quero ter saudade do beijo. Nunca mais a nostalgia daquele mundo de línguas dançando balé no cèu das nossas bocas. Nunca mais!




E juro que nunca mais nessa vida quero tentar entender o amor. Quero deixar que ele passe por mim como um pé de vento que sopra folhas e poeira num arranjo aprumado.

Eu fico ali, no meio do redemoinho, só achando tudo muito bom. Depois, o amor se vai e a gente continua a tocar a existência. Assim é que deve ser.

Nunca mais nessa vida quero gente se indo. Já está de bom tamanho. Coração da gente vai absorvendo os golpes: que são muitos e de todos os lados, sempre. Com quase todo mundo é assim. De repente as pessoas começam a ir embora, por morte matada e morrida, por desamor, por tristeza, por ansiedade, por medos diversos, seu coração vai recebendo as pancadas e uma hora dá vontade de dar um berro, sair vomitando as mágoas todas que a gente foi engolindo.

Nunca mais gente partindo sem motivo aparente, sem dar nome aos bois ou uma denúncia vazia. Nesta vida, nunca mais! E nunca mais, nesta breve passagem, a palavra não dita, o gesto parado no ar, dissolvido antes do afago. Nunca mais a dose nossa de orgulho besta, a solidão das noites perdidas por amor desenganado, o coração parado, à espreita.

Isso, não! Quanto mais o tempo passa, mais a urgência da felicidade ilusória e da química do bem-estar, essas coisas todas que operam em nossos íntimos. Nunca mais! Nunca mais um dia atirado ao nada, nunca mais o verbo que não se completa, todas as palavras que não foram ditas - verdades – , todas elas uma após a outra, formando frases, pensamentos, sentimentos, amor costurando o texto, que é linha que não refuga de jeito nenhum.

Nunca mais!

O coração se magoando todo dia, a gente engolindo sapos e lagartos e se esquecendo de que é capaz de mudar cada uma das histórias, reescrever o livro das nossas vidas.

Uma hora mais cedo e a cena teria sido outra ou o que teria acontecido se você não tivesse ido àquele lugar, àquela noite, quando o universo conspirava contra nós, ou a nosso favor?

Quem é que vai nos explicar?

Ninguém…

Ou alguém…

Miguel Falabella

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