A arte de viver juntos
Roberto T. Shinyashiki
Muitas pessoas formam um casal
pensando que vão iniciar uma grande brincadeira
cujo objetivo maior é o prazer.
A experiência mostra que eles que pensam apenas
no gozo são os que mais sofrem numa relação.
Depois de algum tempo, vêm as insatisfações,
as frustrações, as cobranças, a rotina e o tédio.
A pessoa se sente como um peixe no anzol:
tentou comer a minhoca
e acabou virando comida de pescador!
Quando duas pessoas desejam se unir,
devem criar um espaço no qual possam
desenvolver a capacidade de viver a dois,
buscar soluções criativas à medida
que os obstáculos aparecem e aprendem
a desfrutar todas as formas de viver com amor.
Após a grande libertação sexual dos anos 60 e 70,
ficou fácil para as pessoas se encontrar
e ter relacionamentos ocasionais,
em que aliviam as tensões,
conhecem gente diferente
e gozam de momentos agradáveis.
Mas, ao mesmo tempo, cada vez mais,
elas sofrem com a "ressaca sexual"
- aquela sensação de vazio, culpa e insatisfação
que acompanha tais relacionamentos.
A pessoa acorda de manhã e se pergunta:
"Meu Deus, o que estou fazendo nesta cama,
ao lado desta pessoa:" Já dizia um poeta:
"Deitei ao lado de um corpo
e acordei à beira de um abismo..."
A ressaca sexual aparece toda vez que se comete
uma agressão íntima contra si mesmo e,
sem dúvida, é um aviso
de que precisa ser mais cuidadoso.
No passado, muitas pessoas experimentavam
a "ressaca moral" por ter transgredido
uma regra aprendida na infância,
como a norma de que se deve ser fiel ao esposo
ou praticar sexo apenas depois do casamento.
Mas hoje o que nos chama a atenção
é a ressaca sexual, cada vez mais experimentada
por mulheres e homens que tiveram um grande
número de relações superficiais e passageiras.
Passada a euforia da "liberação sexual",
as pessoas estão sentindo falta
de relações profundas e sólidas!
Estar com alguém plenamente é um caminho de
crescimento, um aprendizado de viver a dois;
é a possibilidade de vencer o medo da entrega
e de se conhecer no mais íntimo.
Conviver com alguém que amamos é o mesmo
que comprar um imenso espelho da alma,
no qual cada um dos nossos movimentos
é mostrado sem a mínima piedade.
Ao mesmo tempo que conhecemos melhor o outro,
entramos em contato com nossas inseguranças
também. E aí começa o inferno...
Em vez de encarar a verdade e de ver a imagem
temida do verdadeiro eu, tenta-se quebrar o espelho.
Como é possível quebrar esse espelho?
Há muitas formas, porém as mais freqüentes são:
fugir da intimidade, culpar o outro, não assumir
as próprias responsabilidades na relação
desacreditar o amor.
Viver com alguém que se uma oportunidade de
conhecer o outro, mas também a maior chance
de entrar em contato consigo mesmo.
Apenas quando conseguimos nos enxergar
por inteiro é que percebemos o medo de nós mesmos
e nos damos conta de que precisamos evoluir
para nos tornar pessoas menores.
Começamos, então, a nos capacitar para o amor.
Um dia, perguntaram a um grande mestre
quem o havia ajudado a atingir a iluminação,
e ele respondeu: "Um cachorro".
Os discípulos, surpresos, quiseram saber
o que havia acontecido, e o mestre contou:
"Certa vez, eu estava olhando um cachorro,
que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água.
Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida.
O cachorro, então, fez uma cara de assustado,
e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo,
e a imagem o arremedou.
Então, ele fugiu de medo e ficou observando,
distante, durante longo tempo, a água.
Quando a sede aumentou, ele voltou,
repetiu todo o ritual e fugiu novamente.
Num dado momento, a sede era tanta
que o cachorro não resistiu e correu em direção
à água, atirou-se nela e saciou sua sede.
Desde esse dia, percebi que, sempre que eu me
aproximava de alguém, via minha imagem refletida,
fazia cara de bravo e fugia assustado.
E ficava, de longe, sonhando com esse
relacionamento que eu queria para mim.
Esse cachorro me ensinou que eu precisava
entrar em contato com a minha sede
e mergulhar no amor, sem me assustar com as
imagens que eu ficava projetando nos outro".
Roberto T. Shinyashiki
Muitas pessoas formam um casal
pensando que vão iniciar uma grande brincadeira
cujo objetivo maior é o prazer.
A experiência mostra que eles que pensam apenas
no gozo são os que mais sofrem numa relação.
Depois de algum tempo, vêm as insatisfações,
as frustrações, as cobranças, a rotina e o tédio.
A pessoa se sente como um peixe no anzol:
tentou comer a minhoca
e acabou virando comida de pescador!
Quando duas pessoas desejam se unir,
devem criar um espaço no qual possam
desenvolver a capacidade de viver a dois,
buscar soluções criativas à medida
que os obstáculos aparecem e aprendem
a desfrutar todas as formas de viver com amor.
Após a grande libertação sexual dos anos 60 e 70,
ficou fácil para as pessoas se encontrar
e ter relacionamentos ocasionais,
em que aliviam as tensões,
conhecem gente diferente
e gozam de momentos agradáveis.
Mas, ao mesmo tempo, cada vez mais,
elas sofrem com a "ressaca sexual"
- aquela sensação de vazio, culpa e insatisfação
que acompanha tais relacionamentos.
A pessoa acorda de manhã e se pergunta:
"Meu Deus, o que estou fazendo nesta cama,
ao lado desta pessoa:" Já dizia um poeta:
"Deitei ao lado de um corpo
e acordei à beira de um abismo..."
A ressaca sexual aparece toda vez que se comete
uma agressão íntima contra si mesmo e,
sem dúvida, é um aviso
de que precisa ser mais cuidadoso.
No passado, muitas pessoas experimentavam
a "ressaca moral" por ter transgredido
uma regra aprendida na infância,
como a norma de que se deve ser fiel ao esposo
ou praticar sexo apenas depois do casamento.
Mas hoje o que nos chama a atenção
é a ressaca sexual, cada vez mais experimentada
por mulheres e homens que tiveram um grande
número de relações superficiais e passageiras.
Passada a euforia da "liberação sexual",
as pessoas estão sentindo falta
de relações profundas e sólidas!
Estar com alguém plenamente é um caminho de
crescimento, um aprendizado de viver a dois;
é a possibilidade de vencer o medo da entrega
e de se conhecer no mais íntimo.
Conviver com alguém que amamos é o mesmo
que comprar um imenso espelho da alma,
no qual cada um dos nossos movimentos
é mostrado sem a mínima piedade.
Ao mesmo tempo que conhecemos melhor o outro,
entramos em contato com nossas inseguranças
também. E aí começa o inferno...
Em vez de encarar a verdade e de ver a imagem
temida do verdadeiro eu, tenta-se quebrar o espelho.
Como é possível quebrar esse espelho?
Há muitas formas, porém as mais freqüentes são:
fugir da intimidade, culpar o outro, não assumir
as próprias responsabilidades na relação
desacreditar o amor.
Viver com alguém que se uma oportunidade de
conhecer o outro, mas também a maior chance
de entrar em contato consigo mesmo.
Apenas quando conseguimos nos enxergar
por inteiro é que percebemos o medo de nós mesmos
e nos damos conta de que precisamos evoluir
para nos tornar pessoas menores.
Começamos, então, a nos capacitar para o amor.
Um dia, perguntaram a um grande mestre
quem o havia ajudado a atingir a iluminação,
e ele respondeu: "Um cachorro".
Os discípulos, surpresos, quiseram saber
o que havia acontecido, e o mestre contou:
"Certa vez, eu estava olhando um cachorro,
que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água.
Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida.
O cachorro, então, fez uma cara de assustado,
e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo,
e a imagem o arremedou.
Então, ele fugiu de medo e ficou observando,
distante, durante longo tempo, a água.
Quando a sede aumentou, ele voltou,
repetiu todo o ritual e fugiu novamente.
Num dado momento, a sede era tanta
que o cachorro não resistiu e correu em direção
à água, atirou-se nela e saciou sua sede.
Desde esse dia, percebi que, sempre que eu me
aproximava de alguém, via minha imagem refletida,
fazia cara de bravo e fugia assustado.
E ficava, de longe, sonhando com esse
relacionamento que eu queria para mim.
Esse cachorro me ensinou que eu precisava
entrar em contato com a minha sede
e mergulhar no amor, sem me assustar com as
imagens que eu ficava projetando nos outro".
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